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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Corujinhas




Lá... bem onde nossos olhos precisam olhar bem alto,
escondidinhas entre as árvores, mora a família coruja.
Descobri-a, numa de minhas excursões pela mata fechada,
numa das muitas em que me perdi.
As estórias que me contavam, diziam-nas tão feias...
Que só viviam escondidas e só saiam quando a noite se fazia bem negra, pelo medo de serem encontradas e, ainda mais,
de se sentirem rejeitadas.
Eu já me sentia cansada e desanimada de encontrar o caminho de volta.
Encostei-me, bem devagar ao tronco daquela árvore frondosa e adormeci.
Quando a manhã raiava seus primeiros raios de sol, senti a revoada das corujinhas chegando.
Olhei acima e me escondi, um pouco mais.
Mas... quem diz que se escapa aos olhos de uma coruja?
Elas, um pouco receosas perceberam que meu olhar infantil nada havia de ameaçador.
Uma delas, começou a se balançar no cipó , como a querer deixar-me bem à vontade.
As outras confabulavam, ainda, olhando-me, meio que assustadas.
Mas, mesmo assustadas tinham uma doçura no olhar que nem em olhos de amor eu encontrei.
Uma, talvez a mais novinha, ainda não acordara de todo e cochilava, tranquila.
Então, queridos amiguinhos, cheguei à conclusão de que beleza, todos temos.
Basta, apenas, que saibamos direcionar nosso olhar e que retiremos de nossos corações, compaixão,
 entendimento, aceitação e, principalmente , respeito.
As corujinhas, desde então, me parecem as mais belas aves da natureza.
Conduziram-me de volta à minha casa. Eis que elas conhecem toda floresta.
Como homenagem às minhas amadas corujinhas tenho em casa, alguns bibelôs de várias avezinhas.
Minhas corujinhas estão lá e tenho por elas todo o carinho do meu coração.
Se um dia, vocês as virem...reparem-nas.
São lindas!!! Lindas!!! e sempre serão, para mim, as mais lindas que já vi,
principalmente aquela que se balançava como que a me chamar a atenção...
Se um dia as encontrarem, digam a elas que as amo e que delas sinto saudades.
Por isto, quantas vezes... quantas, me pego cantando e enquanto canto minha alma solfeja em lágrimas:
"Corujinha, corujinha, que saudade de você"! 


Cida Valadares
Direitos Presevados

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